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Chapter 11 - Capítulo 10 — Cubos de Carne

Capítulo 10 — Cubos de Carne

O rugido da criatura fundida com o núcleo ecoava pelas profundezas da instalação. Tentáculos golpeavam o concreto, as paredes tremiam, o chão rachava sob o peso do monstro. O coração pulsante do núcleo central da Umbrella brilhava vermelho, bombeando energia maligna para cada canto do complexo.

Alice, Leon, Jill e Ada disparavam sem parar, mas as balas mal arranhavam a pele grotesca da criatura.

Daniel, parado no centro do caos, segurava a Lâmina das Profundezas. Seus olhos estavam frios, calculistas.

— Fiquem atrás — ordenou, erguendo a espada com uma calma aterradora.

Leon gritou:

— Você não vai conseguir com um golpe só, esse monstro—

Mas não terminou a frase.

Daniel deu o golpe.

À primeira vista, pareceu apenas um corte simples, horizontal, quase preguiçoso. A lâmina atravessou o ar como se estivesse cortando vento. Mas, num piscar de olhos, a realidade se fragmentou.

Dez mil cortes simultâneos se manifestaram como uma onda invisível.

O monstro estremeceu. As paredes vibraram. O chão quebrou. Cada músculo, osso e partícula do núcleo e da criatura foram fatiados, reduzidos a cubos de carne simétricos, perfeitos, tão precisos que por um segundo o tempo pareceu parar.

E então… os cubos começaram a cair.

Sangue e vísceras choviam como uma tempestade de carnificina.

Alice, coberta de sangue, arregalou os olhos. Ada, encharcada, engoliu em seco. Leon estava em choque.

Daniel limpou a espada, indiferente.

— Eu disse… números — sussurrou, enquanto os cubos batiam no chão, formando uma pilha grotesca.

O núcleo central piscou, sua energia falhando. O sistema da Umbrella entrou em colapso.

[Atualização: Núcleo destruído. Cristais obtidos: +10.000. Item Desbloqueado: Aquisição da Rainha Vermelha.]

Daniel abriu o sistema, vendo o holograma da IA se formando: uma jovem de feições infantis, olhos vermelhos e expressão vazia.

— Agora sim — disse, sorrindo.

Enquanto os outros ainda digeriam o massacre, um som abafado veio de um canto da sala.

Daniel caminhou sobre os cubos de carne, abrindo caminho até uma área escura.

Ali, encolhida, com o rosto sujo de sangue e lágrimas, estava Rain Ocampo.

Seus olhos arregalados mostravam puro terror. Os corpos de sua equipe jaziam ao redor, todos brutalmente dilacerados pelos experimentos da Umbrella.

Ela apontou a arma tremendo.

— Fique longe… — sussurrou, a voz falha.

Daniel parou, inclinando a cabeça.

— Relaxa… não sou o inimigo agora. Esses cubos de carne foram por você também.

Rain arregalou os olhos ao ver o rastro de destruição, os cubos de carne ainda escorrendo sangue no chão.

Alice se aproximou, reconhecendo-a.

— Rain? Você… sobreviveu?

Rain soluçou, a arma baixando lentamente.

Leon encarou Daniel, ainda em choque.

— Você… você destruiu tudo em um golpe.

Daniel deu de ombros.

— São só números, bom menino. Cada zumbi, cada mutação, cada instalação… tudo vira carne. E carne vira ponto.

O sistema brilhou.

[Rainha Vermelha Ativa. Controle parcial da instalação obtido. Nova Missão: Expansão do Abrigo Subterrâneo. Aquisição de Tecnologia da Umbrella.]

Daniel sorriu, as engrenagens já girando em sua mente.

— Vamos pegar o que sobrou e desaparecer. Porque o que vem depois… é guerra.

Alice, ainda suja de sangue, assentiu. Rain, mesmo abalada, levantou-se. Leon, relutante, seguiu o grupo.

Mas o olhar de Daniel ficou preso nos cubos de carne espalhados.

— Todos acham que heróis salvam o mundo… — murmurou. — Eu prefiro lembrar que o mundo se reconstrói sobre a carne dos que caem.

E com isso, o grupo desapareceu nas sombras, enquanto a instalação da Umbrella ruía atrás deles.

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