A Sala de Cinema Multiversal continuava banhada em um silêncio pesado, quebrado apenas pelos murmúrios ocasionais e pela respiração pesada de alguns ninjas. O peso da verdade sobre Naruto – sua linhagem, o fardo da Kyuubi – havia atingido a todos de maneiras diferentes, gerando uma onda de emoções complexas.
Naruto estava em pé, o corpo levemente trêmulo. A confusão inicial havia dado lugar a uma raiva crescente, e seus olhos fixaram-se no Terceiro Hokage. "Velho! Por que você nunca me contou?! Por que todos me olhavam daquele jeito?! Eu... eu não sou o monstro!" Sua voz embargou no final, a dor da rejeição e da solidão de uma vida inteira explodindo.
Hiruzen Sarutobi sentiu a acusação perfurar seu coração. Ele queria abraçar o menino, explicar, mas as palavras pareciam presas em sua garganta. A sala cheia de ninjas, o olhar de Jiraiya, a presença cínica de Orochimaru – tudo contribuía para a paralisia. "Naruto... eu juro que era para sua proteção. O segredo era para mantê-lo seguro dos inimigos que poderiam vir atrás do Jinchuuriki, e para evitar que a vila o visse como o monstro, em vez do herói que ele é." Sua voz era uma súplica, mas a lógica para uma criança de sua idade era inexistente.
Jiraiya deu um passo à frente, sua expressão ainda sombria, mas agora direcionada ao Sandaime. "Proteção? Proteger do quê, Hiruzen? Da verdade? De conhecer seus pais? Minato não gostaria disso! Kushina... ela confiou em você!" Havia uma traição velada em suas palavras, a dor de um amigo que via a memória de outros ser manchada pela omissão.
Orochimaru soltou uma risada baixa e arranhada, que ecoou estranhamente na sala. "Ah, a ironia. O grande Sandaime, o 'Professor', escondendo a verdade mais elementar de seu próprio pupilo. Que patético." Ele sabia que essa era uma brecha, uma fenda na fundação de Konoha que ele poderia explorar.
Gaara, do seu assento, observava Naruto. A raiva, a dor, a sensação de incompreensão – ele conhecia todas. O murmúrio da areia em sua mente, embora inaudível, parecia vibrar em simpatia. Ele, o demônio de Suna, o solitário, estava testemunhando um reflexo de sua própria existência. Pela primeira vez, a ra raiva de Naruto não era uma ameaça, mas um grito de dor que ele compreendia.
Sasuke mantinha-se imóvel, observando a cena como um falcão. A raiva de Naruto, a vergonha do Hokage, a fúria de Jiraiya – tudo era um estudo de fraquezas e emoções. O filho do Yondaime. O Jinchuuriki. Uma parte dele se perguntava se Naruto, assim como ele, estava destinado a trilhar um caminho de solidão e dor, mas por razões diferentes. A complexidade do mundo, ele percebia, era muito maior do que ele havia imaginado.
Sakura, dividida entre a lealdade a Naruto e o choque da revelação, sentiu uma pontada de culpa. Ela e os outros sempre o trataram como o "perdedor". Agora, percebia que havia uma razão para a hostilidade que ele recebia, mas também para a sua resiliência. Sua visão sobre Naruto estava mudando, e não de uma forma que ela esperava.
Kiba estava encolhido em seu assento, Akamaru resmungando baixinho. A imagem do "monstro da Kyuubi" sobrepunha-se à do garoto barulhento que ele conhecia. Medo e confusão dominavam.
A tensão na sala se intensificou. O primeiro confronto emocional real havia começado, não com golpes ou jutsus, mas com palavras carregadas de mágoa e verdades dolorosas. Kairos_of_Quimera, invisível, observava. A tempestade que ele havia previsto estava apenas começando a se formar. Ele sabia que as emoções precisavam vir à tona antes que pudessem ser curadas ou redirecionadas. O "react" era mais do que um espetáculo; era uma catarse forçada.
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